Com novo sistema, Receita objetiva
maior eficiência da fiscalização e aumento da arrecadação do Estado
A partir de
janeiro de 2013, o controle da Receita Estadual sobre as transações de cartões
de crédito e débito vai ficar bem rigoroso no Paraná. Uma lei sancionada pelo
governador Beto Richa (7.368/2012) obriga as administradoras de cartões a
informar à Secretaria de Estado da Fazenda todas as operações relacionadas a
esses meios de pagamento.
Na semana que vem,
a Coordenação da Receita Estadual (CRE) e a Inspetoria Geral de Tributação (IGT)
vão estipular qual a forma de implementação da lei e qual o prazo exato para o
início de transmissão dos dados para a Receita. A estimativa da entidade é
receber informações das transações com o ‘‘dinheiro de plástico’’ de 200 mil
empresas no Estado.
Com o sistema
implantado, a Receita objetiva uma maior eficiência da fiscalização e aumento
da arrecadação paranaense. De acordo com o inspetor-geral de Fiscalização da
Receita, Lídio Franco Samways Junior, atualmente não é possível estipular o
valor de sonegação de impostos através destas operações. ‘‘É um número que só
teremos ideia quando o sistema estiver implementado.’’
Um dos maiores
objetivos da Receita, segundo o inspetor-geral, é encontrar empresas grandes
que muitas vezes estão ‘‘es-condidas’’ atrás dos benefícios do Simples
Nacional. ‘‘Queremos encontrar empresas de maior porte que podem estar
sonegando através das máquinas de cartões, sem emissão de notas, e ainda se
beneficiando do sistema do Simples, pagando tributações menores’’, complementou.
Desde julho, a
Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná
(Celepar) a a administradora Cielo - que responde por cerca de 90% das
transações com cartões - estão trabalhando para alinhar as informações que
serão apresentadas para a Receita. Os dados serão armazenados com outros que já
são trabalhados, como Nota Fiscal Eletrônica (Nfe), escrituração fiscal digital
(EFD), entre outros. ‘‘As outras administradoras também vão englobar os seus
dados. Boa parte das cerca de 286 mil empresas ativas no Paraná estarão sendo
fiscalizadas em transações com cartões’’, salientou Samways Junior.
Para o presidente
do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de
Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas de Londrina (Sescap-Ldr),
Marcelo Esquiante, a Ação é importante no intuito de combater a
sonegação. ‘‘Para o empresário que está atuando corretamente é benéfico, pois
este sistema acaba inibindo aqueles que estão trabalhando na irregularidade e
que muitas vezes praticam uma concorrência desleal no mercado.’’
Esquiante
ressaltou também uma outra lei relacionada à utilização de cartões - já
implantada em outros estados - e que provavelmente também atingirá o Paraná.
Ela obriga que o comerciante tenha uma máquina para transações interligada em
outro equipamento que emita o cupom fiscal no momento da compra. ‘‘O problema é
que o governo implementa tais ações, mas quem têm que arcar com os custos
operacionais são os empresários. Se pelo menos os custos pudessem ser abatidos
nos impostos da empresa, já que se trata de uma benfeitoria para o Estado,
seria mais interessante’’, decretou.
Avanço
Para o presidente
da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Flávio Balan, a
utilização deste sistema é mais um avanço do Estado no setor de fiscalização.
Por outro lado, ele prega que haja um ponto de equilíbrio do governo estadual
quanto à carga tributária. ‘‘É preciso pensar também no empresário, que muitas
vezes tem dificuldade para lidar com todos os impostos para manter seu negócio
na legalidade. Por isso, é preciso balancear esta equação do fisco e dos
impostos’’, complementou.
Fonte: Classe Contábil
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