Os senadores
Francisco Dornelles (PP-RJ) e Armando Monteiro Neto (PTB-PE) julgaram que a
aprovação de mudanças na alíquota interestadual do Imposto Sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) ainda neste ano, conforme quer o
governo, não é uma tarefa fácil.
"Não há nada
impossível na política. Vamos olhar", disse Dornelles a jornalistas nesta
terça-feira (27), ao chegar a um encontro entre senadores com o ministro Guido
Mantega, no Ministério da Fazenda. Para Armando Monteiro, a tarefa "não é
fácil, mas possível".
"Temos que
tentar. O modelo da
guerra fiscal está esgotado", declarou, acrescentando que uma eventual
discussão de outros assuntos junto com o ICMS, como os "royalties" do
petróleo e o indexador das dívidas estaduais, pode ajudar no processo.
No início deste
mês, o governo federal propôs, durante reunião entre o ministro Mantega e
governadores, unificar em 4% a alíquota interestadual do Imposto Sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) como forma de acabar com
a chamada "guerra fiscal" - concessão de benefícios para que as empresas se
instalem em determinados estados do país.
Atualmente, há
duas alíquotas de ICMS interestaduais no país. A alíquota geral é de 12%, mas
nas vendas de mercadorias realizadas da região Sul do país, além de São Paulo,
Rio de Janeiro e Minas Gerais, para os estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste
e mais o Espírito Santo, a alíquota cobrada é de 7%.
O corte da
alíquota para 4% para todos os estados, aconteceria, pela proposta do
Executivo, no decorrer de um prazo de oito anos, a partir de 2014. Para evitar
perdas para os estados, o governo propôs a criação de um fundo de
desenvolvimento regional, que teria R$ 12 bilhões por ano, a partir do quinto
ano, e um fundo de compensação das perdas. Ao todo, o governo
"alocaria" cerca de R$ 180 bilhões nestes fundos entre 2013 e 2028.
Outra proposta do
governo é "convalidar" (aceitar) os benefícios fiscais (geralmente
implementados por meio da redução do ICMS) antigos já concedidos pelos estados
da federação.
O governo também
concordou em mudar o chamado "indexador" da dívida dos estados com o
governo federal. Atualmente, os estados pagam, ao governo, uma correção de IGP-DI mais
6% ao ano (13,87%), ou IGP-DI mais 7,5% ao ano (15,48%) pela Taxa
Básica de juros, a Selic, atualmente em 7,25% ao ano.
Fonte: Classe Contabil
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