quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Receita espera reaver R$ 4,6 mil no Estado


Lançado pela Receita Federal em todo o País para proporcionar a auto regularização de empresas antes de multá-las, o Programa Alerta deve recuperar, somente no Ceará, R$ 4,6 milhões em dívidas de dois dos três setores que poderão corrigir erros de preenchimento nas declarações e na apuração de seus tributos. A informação é do superintendente da Receita na 3ª Região Fiscal, Moacyr Mondardo Júnior, que diz estar otimista com os resultados da iniciativa do órgão.
"As empresas têm um grande oportunidade de regularizarem suas respectivas situações sem terem que pagar um multa que será cobrada a partir de dezembro, com o inicio das fiscalizações, e que pode variar de 75% a 150% dos impostos devidos", explica o superintendente. Ainda segundo ele, dos R$ 4,6 milhões que devem ser recuperados no Estado, R$ 2,6 milhões serão oriundos de receitas decorrentes de vendas para o governo federal e os outros R$ 2 milhões serão de divergências no setor de bebidas - Sistema de Controle Fiscal Especial (Sicobe).
Outro montante que a Receita Federal pode recuperar no território cearense com o Programa Alerta diz respeito às entidades que se declaram isentas de impostos. De acordo com Mondardo, o Ceará conta com 25 empresas que se encaixam nessa categoria e foram notificadas e, caso todas estejam irregulares, "o valor devido pode ultrapassar os R$ 64 milhões", garante.

Verificação
Neste primeiro momento do programa, onde a Receita elegeu algumas operações para comunicar aos contribuintes possíveis inconsistências e orientar-lhes quanto aos procedimentos para a autorregularização, as empresas devem verificar se de fato há inconsistências nos dados por elas informados. Essas inconsistências, decorrentes do cruzamento dos dados disponíveis nos sistemas do Fisco, são preliminares, e não a prova sobre a existência de infração à legislação tributária, mas a identificação de divergências entre os dados declarados pelo contribuinte e aqueles obtidos junto a terceiros ou em sistemas de controles fiscais especiais.
"Se as empresas não concordarem com o comunicado da Receita e acharem que suas situações estão regulares, basta mandar um representante à uma agência ou Centro de Atendimento ao Contribuinte (CAC) para deixar tudo esclarecido", informa Moacyr Mondardo.

Setores beneficiados
São três os setores que terão a oportunidade de se regularizarem espontaneamente através do Programa Alerta. As receitas de vendas para o governo federal, por exemplo, trata-se do cruzamento de dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), onde são registrados os pagamentos realizados aos seus fornecedores, e os dados informados como receita bruta declarada pelas empresas. No levantamento preliminar deste setor, a diferença potencial nacional é da ordem de R$ 1,5 bilhão nos anos de 2009 e 2010.
Já o setor de bebidas, outro beneficiado, onde tributação se dá sobre as quantidades produzidas, o que permite ao próprio sistema de controle estimar os tributos incidentes sobre a receita de cada contribuinte, a comparação entre os valores estimados pelo sistema e os utilizados na apuração de tributos aponta para uma diferença potencial de quase R$ 200 milhões entre 2010 e 2011.
O setor que mais pode render aos cofres da Receita, porém, é o das empresas que fazem uso do benefício da isenção relativa às entidades beneficentes de assistência social, tendo em vista que o benefício usufruído por as entidades notificadas atinge o valor de R$ 2,8 bilhões entre 2010 e 2011, que consequentemente pode voltar aos cofres públicos caso confirmado eventuais irregularidades no período. Ao todo, 2.091entidades desta categoria receberão cartas da Receita.
Lembrando que é pré-requisito para usufruir da isenção de impostos o reconhecimento do Ministério da Saúde, Ministério da Educação ou Ministério Desenvolvimento Social e Combate à Fome, conforme o caso.

Fonte: Diário do Nordeste

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