Mudanças polêmicas
na legislação serão sugeridas pela comissão especial, criada pelo Senado
Federal, para por fim à guerra fiscal entre os estados. No anteprojeto que será
entregue ao presidente da Casa, José Sarney, em 9 de outubro — a data de
entrega prevista inicialmente era hoje —, foram abordados a guerra do ICMS, o
Fundo de Participação dos Estados, Royalties do Petróleo e a renegociação da
dívida dos estados.
Conforme apurou o Brasil
Econômico, algumas sugestões da comissão, que tem a presidência do ex-ministro
Nelson Jobim e o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel como relator,
podem não ser bem acolhidas por alguns senadores e governadores. O ponto mais
polêmico é a criação de uma exceção para a necessidade de aprovação unânime do
Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para incentivos fiscais por
meio do ICMS. Estados com Produto Interno Bruto (PIB) per capita inferior
à média nacional precisariam de dois terços do Confaz para passar as medidas.
Isso vai contra a posição adotada por estados como São Paulo e Minas Gerais.
Todos as unidades da Federação das regiões Norte e Nordeste, com exceção do
Amazonas, encontram-se nesta situação. Assim como o estado do Goiás, no
Centro-Oeste. No entanto, o ponto de urgência se refere ao Fundo de
Participação dos Estados. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que uma
nova tabela de repasses seja definida até o final do ano, com o Risco da
atual ser invalidada e não haver transferências em 2013. A comissão definiu as
participações no fundo de acordo com o PIB per capita do estado. Quanto menor a renda,
maiores serão as receitas do FPE. Hoje, a Bahia é o estado que recebe a maior
parcela de repasses do fundo. Com a nova composição, cairia para o nono lugar.
O Piauí encabeçaria a nova lista, seguido por Maranhão, Alagoas e Paraíba.
Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro passariam a receber os menores
volumes de verbas do FPE. Atrelada à discussão do fundo, os royalties do
pré-sal também tiveram uma definição que pode causar debates acirrados durante
a discussão do tema no Congresso. Apesar dos estados produtores terem de ceder
parte dos royalties para os outros estados e para a União, passarão a recolher
ICMS quando o produto cruzar a fronteira estadual. Nas regras que regem o
petróleo do pós-sal, não há partilha de royalties. Porém, o ICMS é cobrado
apenas no destino.
Por fim, a
comissão pede que haja a revisão do indexador da dívida dos estados, de IGP-DI por
IPCA, além da redução dos juros para 2% ao ano. A Selic configuraria
um teto para a revisão da dívida. Além disso, o limite de comprometimento de
receitas seria reduzido dos atuais 13% para 12%.
Fonte: Brasil Econômico
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