A equipe econômica está fazendo uma
espécie de “marcação a mercado” dos dados econômicos que estão saindo para
definir o momento adequado para o anúncio de novas medidas de estímulo.
No jargão do mercado financeiro,
significa atualizar para o valor do dia o Preço dos ativos, mas no
intramuros do Ministério da Fazenda, é olhar atentamente, a cada nova
divulgação, a evolução de todas as variáveis que interferem no desempenho do
Produto Interno Bruto (PIB), inclusive do panorama externo que, segundo o
ministro Guido Mantega, será muito delicado neste ano. “A situação atual é de
alerta. E isso quer dizer que novas medidas podem ser tomadas a qualquer
momento”, disse ao Brasil Econômico uma fonte que participa das
discussões.
A redução do Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF), cuja alíquota foi reduzida de 3% para 2,5% em dezembro
passado é uma possibilidade que pode ser tirada da gaveta. Tudo está sendo
feito para não deixar que a Economia encerre 2012 “patinando” no
ritmo do ano passado (2,7%) e abaixo do seu potencial de crescimento. Já têm
início, inclusive, discussões entre os integrantes da equipe de Mantega
indicando que será bem complicado alcançar os 4,5% previstos e prometidos à
presidente Dilma Rousseff. Nesse sentido, o ideal seria entregar aAtividade
Econômica em dezembro com uma “sensação de 4,5%”, ou seja, indicando um
ritmo deExpansão dessa magnitude, mas não oficialmente nesse patamar.
Evolução
do crédito
Neste momento, a evolução menor das
concessões de crédito ganha a atenção na Esplanada. O volume de empréstimos,
que está em torno de 15% em 12 meses, é considerado aquém do desejado para
ajudar a impulsionar a Expansão da Atividade Econômica para
além da marca dos 3%. Por isso mesmo, uma nova medida de incentivo pode vir
nessa direção.
Mas, tudo vai depender do
acompanhamento dos dados econômicos e de conversas que estão ocorrendo com
bancos e financeiras sobre as perspectivas para uma retomada mais forte daOferta de
crédito, que há menos de dois anos crescia nada menos que 20% na média. “Como
mexer no IOF é uma medida de fácil aplicação, é só calcular o
percentual de redução, o que pode ocorrer de um dia para outro”, explicou a
fonte.
Com uma nova rodada de redução do IOF —mesmo
que voltada especificamente para o segmento de veículos, que é o mais retraído
—, o governo poderia atingir dois objetivos: seria mais um estímulo ao consumo
das pessoas físicas e uma contribuição para melhorar o custo financeiro do
país, justamente no momento no qual o discurso oficial segue nessa direção. Em
2011, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, passou o ano indicando
em seus discursos que o ideal seria uma Expansão das concessões entre
13% e 15%. O que mudou? Na avaliação de técnicos, o diagnóstico indica Inflação muito
arrefecida e Economia fraca, o que dá espaço para um crescimento mais
acentuado da Oferta dos recursos pelos bancos.
É preciso contar com o setor privado
e com um impulso monetário porque o espaço fiscal está limitado, após todos os
incentivos que vem sendo concedidos desde o ano passado. A avaliação é que os
benefícios tributários dados na primeira fase do Plano Brasil Maior e do
Supersimples já apareceram e que os anunciados na segunda fase ainda não
tiveram tempo de maturar. “A ampliação do Simples e o reajuste do Salário
Mínimo é que estão segurando a Economia nesse início de ano. Não
fosse isso, estaríamos crescendo bem menos”.
Fonte: Brasil Econômico
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