O governo dará
mais um passo, na tentativa de fechar ainda este ano um acordo com os
governadores para reduzir a alíquota interestadual do ICMS. A proposta que será
discutida com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prevê a redução gradativa
para uma alíquota de 4%, que seria cobrada nas transações interestaduais e no
comércio eletrônico. A partir de janeiro, essa alíquota já passa a vigorar para
as importações de bens, eliminando a chamada "guerra fiscal dos
portos".
Depois de muitas
discussões e revisão de contas dos secretários de Fazenda, a equipe econômica
conseguiu, com interferência do Palácio do Planalto, que os Estados aceitassem
a unificação da alíquota no âmbito da então chamada Resolução 72. Agora, a
equipe econômica trabalha com a receptividade dos governadores em relação a
alíquota do ICMS interestadual final.
Na última reunião
do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), os secretários de Fazenda
sinalizaram para um acordo. Para o governo, o prazo de oito anos seria
suficiente para a transição e para queda da alíquota final a 4% e paga no
destino. Atualmente, os Estados do Norte e Nordeste cobram 7% nas transações
interestaduais e os demais, 12%. Os governadores reclamam que vão perder
receita durante a transição, e o governo sugere a criação de um Fundo de
Compensação Regional para recompor o caixa dos Estados perdedores.
As contas sobre as
perdas não batem, mas para o governo se todos os Estados tivessem uma
arrecadação 100% dos impostos, poderia haver uma perda de R$ 14 bilhões,
classificado como "valor nocional" (valor de um derivado, calculado a
partir do Preço à vista dos Ativos relacionados ) pelo
governo. Mas a referência é de que essa conta é muito menor.
O secretário de
Fazenda de Santa Catarina, Nelson Serpa, disse que os governadores e
secretários irão a Brasília dispostos a ouvir as propostas do governo para
"criticá-las e dar um retorno sobre a sua viabilidade". A grande
preocupação do Estado é com uma redução drástica do imposto cobrado na origem,
já que Santa Catarina é um Estado produtor. "Uma transferência para a
cobrança no destino poderia acarretar uma perda para o Estado", afirmou
Serpa. As alíquotas de ICMS cobradas em Santa Catarina variam de 7% a 25%
conforme o produto, de acordo com o secretário. A arrecadação líquida do Estado
com o imposto é de R$ 11 bilhões por ano. A reunião entre Mantega e sua equipe
econômica, governadores e seus representantes para discutir o tema está marcada
para as 11 horas.
Em entrevista à
Agência Estado ontem, o ministro Guido Mantega disse que agora o governo
entrará na fase do ICMS, um tributo que, segundo ele, atrapalha a produção.
"Tenho esperança de que os governadores sejam sensíveis a nossas
propostas", afirmou. O próximo passo, segundo ele, é fazer uma etapa de
mudanças no PIS e Cofins. "Vamos deixar uma estrutura tributária bastante
diferente", prometeu.
Fonte: Estadão
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