A Inflação pode
se aproximar ou mesmo atingir 6% em 2012 se o benefício fiscal concedido às
montadoras de veículos terminar na semana que vem. Essa é a estimativa de
economistas do governo federal, que defendem a prorrogação da tabela de Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido para a indústria automobilística
até o fim do ano. Com IPI reduzido desde 22 de maio, as montadoras só terão o
incentivo até o próximo dia 31.
Segundo apurou o
Estado, a equipe econômica trabalha com três cenários para a variação doÍndice
de preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos últimos meses do ano. No cenário
considerado "benigno", os economistas do governo levam em
consideração a prorrogação do IPI reduzido às montadoras até o fim do ano e,
também, uma estabilização dos preços das principais commodities. Nesse caso, o IPCA terminaria
o ano com uma alta entre 5,1% e 5,3%.
Já o pior cenário
prevê a não prorrogação do IPI reduzido, e também uma elevação adicional dos
preços das commodities. O item "automóveis novos" tem peso de quase
4% na composição do IPCA, e a elevação da Carga Tributária em
novembro e dezembro teria efeito imediato sobre os preços dos carros novos.
Nesse caso, o IPCA poderia se aproximar ou mesmo atingir 6% neste
ano.
No meio do caminho
entre o cenário "benigno" e o pior quadro, o governo prevê um fim de
ano em que apenas um dos dois fatores de Risco para a Inflação (IPI
das montadoras e commodities) se realiza.
Internamente, a
equipe econômica espera que a Inflação termine o ano ao menos 1 ponto
porcentual abaixo da variação de 6,5% de 2011, quando o IPCA atingiu
o maior nível em sete anos, e quase extrapolou o topo da meta perseguida pelo Banco
Central (BC), cujo centro é 4,5%.
Encontros.
Não há nenhuma decisão tomada no Ministério da Fazenda quanto à prorrogação do
IPI reduzido para as montadoras. O ministro Guido Mantega deve se reunir ao
longo desta semana com empresários da Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores (Anfavea) para discutir o ritmo de Produção do
setor e a expectativa de vendas até o fim do ano.
Se decidir pela
renovação do IPI reduzido, Mantega só deve fazer o anúncio na semana que vem,
pois o governo aposta na publicidade de "último fim de semana de IPI
reduzido" para estimular a venda de veículos novos.
O recolhimento do
IPI pelas montadoras despencou por causa do estímulo concedido pelo governo em
maio. Até abril, a Receita Federal recolhia cerca de R$ 2,1 bilhões por mês com
o IPI pago pelos
fabricantes de veículos, e com a tabela de imposto reduzido a entrada de
recursos caiu para cerca de R$ 300 milhões por mês.
A prorrogação do
incentivo fiscal derrubaria ainda mais a arrecadação, mas, de acordo com os
defensores da medida, a situação "já está contornada". Com a decisão
de cumprir uma meta de superávit primário menor em 2012, a renúncia adicional
de recursos por meio do IPI não seria danosa.
A partir de
janeiro de 2013, entra em vigor o novo regime automotivo, que automaticamente
vai encerrar a política emergencial de estimular o setor automobilístico com a
redução do IPI.
Fonte: O Estado de São Paulo
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