De cada dez contribuintes que declaram Imposto de Renda no país, seis
são homens; quase metade (47,4%) tem entre 30 e 50 anos; e a maioria ainda
prefere declarar no modelo simplificado.
Esses dados constam dos "Grandes Números do
IRPF", estatística divulgada pela Receita Federal mostrando o perfil dos
contribuintes pessoas físicas que entregaram a declaração do IR nos anos de
2006 a 2011, referentes aos rendimentos obtidos entre 2005 e 2010.
A última estatística sobre o tema (a de 2005, com dados
de 2004) havia sido divulgada em setembro de 2009.
A defasagem na divulgação dos dados deve-se, segundo a
Receita, à complexidade das informações. Segundo o fisco, "apesar de as
declarações serem entregues em meio eletrônico, o processo de agregação dos
dados para fins estatísticos não é tão imediato quanto pode parecer à primeira
vista".
A Receita Federal informa que, "devido ao grande
número de declarações, há algumas informações que devem ser descartadas da
base, devido a erros de digitação pelos contribuintes".
"O trabalho deve ser realizado de forma criteriosa,
para evitar que um grande contribuinte seja excluído ou que um pequeno que
digitou um rendimento de bilhões de reais seja incluído", afirma.
MENOS DECLARANTES
Como a última estatística refere-se às declarações
entregues em 2011, o número de declarantes estava em declínio. O principal
motivo para isso é que desde 2010 o valor do patrimônio que obriga o
contribuinte a declarar foi elevado de R$ 80 mil para R$ 300 mil.
Outro motivo: os titulares ou sócios de empresas de
qualquer porte, mesmo inativas, que eram obrigados a declarar, deixaram de
fazê-lo apenas por esse motivo. Essas duas mudanças reduziram o número de
declarações em pelo menos 5 milhões.
Neste ano, o número de contribuintes voltou a aumentar,
passando para 25,2 milhões -essa estatística só deverá aparecer oficialmente
quando a Receita divulgar as dados de 2012, o que deve acontecer em 2013.
Quanto à situação fiscal dos declarantes, as estatísticas
da Receita revelam que o número dos que têm IR devido superou pela primeira
vez, em 2011, o dos que não tinham imposto devido. Em 2006, 64,7% dos
declarantes não deviam imposto. Esse índice caiu ano a ano, chegando a 49,7% em
2011.
Alguns números chamam a atenção entre os declarantes: há
13 mil com menos de dez anos de idade e 230 mil entre dez e 20 anos.
Na ponta oposta, há 56 mil entre 90 e cem anos e 4.000
com mais de cem anos.
SIMPLIFICADO
O formulário simplificado -que permite deduzir até 20% da
renda tributável anual (limitado a um valor fixado pela Receita), sem
comprovação, em substituição aos abatimentos permitidos pela legislação-
continua sendo o modelo preferido dos contribuintes.
No ano passado, de cada 100 declarantes, 57 optaram por
essa sistemática para prestar contas ao fisco. Esse número, entretanto, já foi
bem maior no passado -68% em 2006.
O maior uso do modelo completo ocorre porque os
contribuintes estão gastando mais com educação, saúde, previdência privada e
pensão alimentícia judicial (ver quadro). Para deduzir todas essas despesas, é
necessário usar o modelo completo.
Resultado: no ano passado, 43% dos contribuintes usaram
essa sistemática, ante 32% em 2006.
EMPRESAS
A Receita informa que "a consolidação dos dados
agregados das empresas está em fase de elaboração e, por comportar volume maior
de informação, exigirá um tempo maior para conclusão".
Essa estatística, segundo o fisco, estará disponível no
site da Receita "tão logo estejam concluídas as tabulações e os testes de
consistência dos números".
Fonte:
Folha de S. Paulo
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