terça-feira, 14 de agosto de 2012

Imposto: o que está por trás da conta de luz


Quando você aperta o interruptor da sua casa para acender a luz ou liga a TV ou o aparelho de som na tomada, você tem noção de quanto há embutido em encargos e impostos na tarifa de energia? E as empresas, será que elas conseguem dimensionar quanto do seu consumo mensal de eletricidade vai para os cofres governamentais em tributos? Não? Pois saiba que, atualmente, quase a metade da conta de luz que se paga no Brasil corresponde a essa parcela.
Segundo estudo da consultoria Price Waterhouse e Coopers em parceria com o Instituto Acende Brasil, em média, 46% do valor que o brasileiro desembolsa pela eletricidade que consome corresponde aos tributos e encargos que incidem sobre o setor. O cálculo é de 2009, porém estudos mais recentes, como do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) acenam para o patamar de 48%, o que coloca o País com uma das energias mais caras do planeta.

Distorções
Essa conta, de acordo com os especialistas, gera distorções que comprometem o desenvolvimento do setor elétrico e da própria Economia nacional, pois encarece a energia para todos os consumidores, sobretudo para as famílias de menor renda, para as quais a conta de luz é mais representativa no Orçamento familiar; assim como para as empresas que necessitam do insumo para produzir e prestar Serviços para a população.
Não é de hoje, portanto, a discussão sobre a pesada Carga Tributária que incide sobre não só a energia, mas sobre outros Serviços essenciais para o funcionamento do País. Sobretudo, em momentos de desaceleração econômica como agora, quando o governo federal se vale de pacotes e iniciativas de estímulo para garantir um melhor desempenho da economia, desonerando setores como a indústria.

Proposta
Dessa forma, reduzir impostos, eliminar encargos setoriais e determinar tarifas mais baixas com a renovação das concessões do setor elétrico são algumas alternativas do governo federal para diminuir o custo da energia no País, principal insumo para muitos e importantes segmentos da indústria brasileira.
Conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os custos da energia são divididos da seguinte forma: geração (32,4%), transmissão (6,4%), distribuição (24,1%), encargos setoriais (10,2%), impostos federais (5,2%) e imposto estadual (21,7%), no caso, o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Viabilidade
Diante desse quadro, e pelas declarações do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o governo federal está analisando todos os componentes da estrutura tarifária do setor.
Na avaliação dos analistas de mercado, o mais viável para uma redução a Curto prazo seriam os impostos federais que incidem sobre a energia: PIS e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Mas a União quer mais, pois já sinalizou que também pretende que as unidades da federação venham a mexer no imposto que lhes cabe.
Mas o que, de fato, pode ser feito para reduzir a conta de energia no Brasil? Será que dessa vez o consumidor sairá beneficiado? Ao mesmo tempo, a partir do setor elétrico, as portas ficarão abertas para que outros serviços, como a telefonia, por exemplo, posteriormente venham a ser desonerados?
Para responder a estas questões o Diário do Nordeste procurou especialistas em energia e representantes do setor produtivo, na tentativa de encontrar uma luz no fim do túnel.

Fonte: Diário do Nordeste

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