Tecnologias disponíveis na
atualidade permitem conectar instantaneamente pessoas ao redor do mundo,
permitindo-nos saber detalhes, gostos e desgostos de parentes, amigos e amigos
virtuais na velocidade da luz.
O
mesmo acontece no mundo empresarial. Vivemos na era onde presidentes e
diretores de empresas tomam decisões a partir da informação disponível em seus
celulares, adquirida segundos antes.
Ademais,
essas empresas também usam todos os meios disponíveis para atingir os
consumidores, fazendo com que, por exemplo, um simples telefone celular se
torne uma poderosa ferramenta de marketing.
O
governo também está aprendendo a usar da Tecnologia para atingir seus
objetivos. O governo usa há décadas a Tecnologia da informação para a
manutenção de informações, mas isto estava mais voltado às suas demandas
internas.
Há
alguns anos, o barateamento dos equipamentos e das comunicações vem permitindo
que o governo passe a exigir informações externas baseadas em meios tecnológicos.
E muitas delas têm a ver com o erário público.
Já
é de conhecimento geral que o Brasil possui uma pífia capacidade competitiva,
quando comparamos a alta Carga Tributária e burocrática inserida em nossa
rotina com outros países. Vivemos em um país onde o conjunto de regras
tributárias é imenso, e com mudanças diárias.
O
instituto brasileiro de planejamento tributário fala que temos em torno de
250.000 normas tributárias editadas desde a promulgação da última Constituição
Federal. Atualmente, uma empresa deve cumprir aproximadamente 3.400 normas em
vigor, o que equivale a 5,9 quilômetros de regulamentações.
Isso
cria uma realidade maquiavélica para um setor da Economia que lida diretamente
com a realidade exposta: o da Tecnologia da informação, principalmente às
empresas que desenvolvem os chamados ERPs ou, “abrasileirando”, os sistemas de
gestão, que são os sistemas que garantem o funcionamento diário e ininterrupto
de uma organização.
Essas
empresas estão duplamente inseridas nesse contexto, pois, para garantir sua
continuidade, precisam seguir as regulamentações governamentais impostas e
criar as regras para que seus clientes, outras empresas, também atendam as
normas vigentes.
O
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED – permite ao tesouro nacional
tomar ciência da movimentação de produtos, utilização de Serviços e apuração
dos impostos dos contribuintes pessoas jurídicas, as empresas, nos mínimos
detalhes. O trâmite dessas informações dentro da empresa e o uso pelo governo é
exclusivamente eletrônico.
Dessa
forma, a inferência de regras sobre essas informações enviadas permite uma
Auditoria eletrônica permanente sobre a vida dessas empresas. Não há como
cumprir com mais essa obrigação criada pelo governo sem o uso da informática de
maneira intensiva.
A
Tecnologia da informação deve ser usada no meio empresarial para garantir a
melhor eficácia na gestão de organizações, sejam elas públicas ou privadas,
através da disponibilização de informações relevantes para tomada de decisão.
Para que isso se torne realidade, é preciso que aqueles que criam e permitem
que a Tecnologia chegue às pessoas tenham à disposição a matéria-prima mais
escassa que existe em nossa realidade: o tempo.
A
realidade dura, que é impetrada todos os dias, é o uso do tempo, pelos desenvolvedores
de software, para a inserção de novas regras com um único objetivo: a
conformidade dos seus clientes com a norma tributária caótica vigente.
Portanto,
a verdade sobre o momento atual é implacável: existem cada vez mais regras para
seguir, com uma fiscalização automatizada vigiando cada passo de uma empresa 24
horas por dia, 7 dias por semana. E um setor inteiro dedicado a fazer esse
“meio campo” entre as regras e o mercado, que recolhe os impostos ao governo.
A
prosoft, empresa brasileira que cria programas para escritórios contábeis,
publicou em seu site uma matéria que coloca que o Investimento para a adequação
de uma empresa ao SPED gira em torno de 10% da receita bruta no seu primeiro
ano.
O
valor ora exposto é a margem média de lucro de muitos setores da economia.
Então, quer dizer que existirão empresas apresentando prejuízo para cumprir com
uma obrigação tributária? E quem quer gastar apenas para pagar impostos?
Além
disso, a mesma matéria coloca que 98% dos contribuintes enviaram dados ao fisco
que apresentam divergência tributária. Faço aqui a seguinte analogia: Quando um
professor ministra aulas a uma turma, e 98% dos alunos são reprovados, será que
os alunos entenderam bem as aulas ministradas?
Ainda
assim, quando comparamos a realidade acima exposta com o (des) serviço público
que recebemos, a situação beira a revolta. Afinal, Carga Tributária de 40% do
PIB e 5,9 quilômetros de instruções tributárias a seguir, é um trabalho para
Hércules nenhum botar defeito. Podemos comparar isso como comprar um carro de
luxo, e receber uma sucata.
Fonte:
Infomoney
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